Transmissão da Sífilis
A sífilis, uma infecção bacteriana sistêmica, apresenta diversas formas de transmissão, sendo crucial o conhecimento sobre as mesmas para um controle eficaz da disseminação da doença.
Vias de Transmissão:
- Sexual: a principal forma de transmissão da sífilis é através do contato sexual, seja vaginal, anal ou oral, com uma pessoa infectada. A presença de lesões sifilíticas, principalmente nos estágios iniciais da doença (sífilis primária e secundária), aumenta consideravelmente o risco de transmissão devido à alta concentração de espiroquetas presentes nessas lesões.
- Vertical: transmissão vertical, de mãe para filho durante a gestação ou parto, é uma das maiores preocupações relacionadas à sífilis. A bactéria Treponema pallidum é capaz de atravessar a placenta, infectando o feto a partir do primeiro trimestre de gestação. A taxa de transmissão vertical pode chegar a 80%, sendo maior em casos de sífilis recente e no final da gestação devido à maior permeabilidade placentária. A transmissão durante o parto ou amamentação é rara e só ocorre na presença de lesões sifilíticas no canal de parto ou nas mamas.
- Transfusão sanguínea: apesar de ser uma forma menos comum atualmente devido aos rigorosos controles de bancos de sangue, a transfusão de sangue contaminado com T. pallidum ainda representa uma possível via de transmissão da sífilis.
Sífilis na Gestação: Um Caso Particular
A sífilis na gestação demanda atenção especial devido ao risco de transmissão vertical e suas graves consequências para o feto, como aborto espontâneo, parto prematuro, baixo peso ao nascer, má formação congênita e até morte fetal.
A importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado durante a gestação são fundamentais para prevenir a sífilis congênita.
A testagem para sífilis é obrigatória no pré-natal, devendo ser realizada na primeira consulta, no início do terceiro trimestre, no momento do parto ou aborto e após exposição de risco ou violência sexual.
Mitos e Verdades sobre a Transmissão da Sífilis
Mito: Uma pessoa que já teve sífilis e recebeu tratamento está imune à doença.
Verdade: A sífilis não confere imunidade, ou seja, é possível contrair a doença novamente após o tratamento em caso de nova exposição à bactéria.
Prevenção:
A forma mais eficaz de prevenir a sífilis é através da prática sexual segura, com o uso de preservativos em todas as relações sexuais. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado também são cruciais para interromper a cadeia de transmissão.
Referência:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 211 p. ISBN 978-65-5993-276-4. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_atecao_integral_ist.pdf. Acesso em: 16 jul. 2024.
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